Pérolas ao Pai

dezembro 26, 2002

O que vou contar agora não aconteceu com um amigo de um amigo meu. Não sei se vocês se lembram de uma seção da MAD em que se falava uma expressão e uma personagem imaginava aquilo ao pé da letra. Foi assim que aconteceu comigo.

Eu era muito criança, uns dois anos no máximo (e tenho isso muito bem guardado na memória em Technicolor). Estavam meus pais na mesa, almoçando. Minha mãe comenta que a casa está cheia de mosquitos que é preciso comprar inseticida. Meu pai com seu humor peculiar responde: "Bobagem... a gente mata eles no grito..."

Mais tarde, estou na sala de tv. Uma sala ampla cheia de almofadas jogadas em um grande tapete. Estou vendo "Clubinho" apresentado pela Tia Dulce, uma ancestral da Xuxa aqui em Minas. Então, percebo que na parede perto de onde estou deitado pousa um mosquito. Daqueles pretos, gordos, bem nojentos. Com muita destreza, levanto-me e caminho cuidadosamente e me posiciono atrás do artrópode. Sei que qualquer movimento brusco, uma leve respiração pode espantá-lo dali. Aproximo-me cada vez mais... com todo o zelo do mundo... e no momento certo, chego o mais perto possível... abro bem a boca e solto o grito letal!

Engulo o mosquito!

Meu pai não estava de todo errado. Pelo menos, o mosquito morreu.

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